• Vendas sobem para 12,3 bilhões de euros em 2016
  • Aumento significativo no crescimento orgânico
  • 2016 caracteriza-se por tomada de decisões estratégicas

 

Mudanças no grupo de consolidação no montante de 529 milhões de euros contribuíram para o substancial crescimento nas vendas verificado em 2016. “Isto se deu porque, pela primeira vez no período sendo relatado, foram consideradas as vendas de um ano inteiro da Delphi Thermal e da Kokusan Denki – agora denominada MAHLE Electric Drives Japan –, que foram adquiridas em 30 de junho de 2015”, explicou Michael Frick, CFO da MAHLE. Os efeitos decorrentes da flutuação da taxa de câmbio tiveram um impacto negativo de 104 milhões de euros.

Mesmo excluindo a aquisição e os efeitos da variação do câmbio, o grupo registrou um crescimento de 3,4%, excedendo assim as taxas de crescimento dos últimos anos. A taxa EBIT foi de 3,8%, o que corresponde a uma receita antes de impostos de juros de 473 milhões de euros. A receita líquida para o ano chegou a 63 milhões de euros. A diferença substancial entre a EBIT e a renda líquida para o ano é atribuível principalmente a efeitos especiais. Neste sentido, o resultado financeiro inclui efeitos decorrentes do início da venda da joint ventura Bosch Mahle Turbo Systems (BMTS). Além disso, a depreciação decorrente de novas aquisições realizadas em anos anteriores também teve um efeito adverso sobre o lucro.

2016 caracteriza-se por posicionamento estratégico

Investimentos no futuro – ou seja, na expansão dos segmentos de negócio existentes e no estabelecimento de novos segmentos – teve um especial impacto no lucro. “Aumentamos consideravelmente nossos investimentos em pesquisa e desenvolvimento a fim de revelar novos segmentos de produtos para a MAHLE”, disse Scheider. Em 2016, os gastos em P&D chegaram a cerca de 750 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de cerca de 100 milhões de euros (+14,7%) quando comparado com o ano anterior, e a uma nova taxa recorde de 6,1% sobre as vendas. O número de colaboradores em pesquisa e desenvolvimento mais do que dobrou nos últimos cinco anos; atualmente, há 6.000. “Em 2017, aumentaremos novamente esses investimentos”, complementou Scheider.

A depreciação decorrente de investimentos estratégicos feitos nos anos anteriores no contexto de aquisições corporativas também teve um impacto negativo no lucro. De acordo com a nossa obrigação, reservas ocultas foram reveladas durante o curso das aquisições, aumentando o fundo de comércio. A depreciação padrão resultante impactou negativamente os resultados em um valor de centenas de milhões no ano sendo reportado, reduzindo a margem em mais de um ponto percentual. Quando ajustado, o EBIT chegou a 5%.

Primeiro trimestre forte em 2017

As atuais previsões de mercado para 2017 são boas e o primeiro trimestre excedeu as expectativas da MAHLE. O impulsionador desta agradável evolução é o desenvolvimento positivo na Europa, Ásia e América do Norte. Um certo grau de recuperação pode ser visto na América do Sul, embora pequeno. A esperada estagnação na China não aconteceu até agora; a reduzida promoção de veículos com motores de até 1600 cc litros levou a efeitos antecipatórios. O desenvolvimento na Índia continua a ser dinâmico.

“Entretanto, temos que ser cautelosos com as nossas previsões para 2017 porque as incertezas políticas são as maiores dos últimos tempos”, disse Scheider ao descrever a situação atual. A tendência na direção de barreiras de comércio e protecionismo são uma especial preocupação. Em vista da situação atual, é evidente a importância de se manter uma presença equilibrada nas regiões do mundo. A MAHLE, portanto, continua sua estratégia de distribuir uniformemente vendas em todos os mercados principais da Europa, Américas do Norte e do Sul e Ásia-Pacífico. Uma medida neste sentido será a ampliação da presença do grupo na Ásia. Em maio de 2017, uma nova planta para compressores será aberta na China, também por conta das excelentes e continuadas oportunidades para crescimento que aquela região tem a oferecer.

Olhando para o futuro com uma abordagem paralela

Adotando a abordagem sistemática de continuar a desenvolver o motor de combustão interna e também criar soluções para a mobilidade elétrica, o grupo está fazendo uma contribuição importante para, de forma sustentável, reduzir as emissões de CO2. A MAHLE é uma impulsionadora da tecnologia em ambos os campos.

MAHLE continua a explorar o potencial do motor de combustão interna

O motor de combustão interna ainda oferece uma perspectiva importante de otimização que a MAHLE pretende explorar a fim de atingir as metas de redução de CO2 para o grande número de veículos que usa esta tecnologia de propulsão. Afinal, somente com o portfólio da MAHLE, ainda se pode conseguir uma redução adicional de 10% nas emissões de CO2. Este número está baseado no novo WLTC (Worldwide Harmonized Light-Duty Vehicles Test Cycle, ou Ciclo de Teste global Harmonizado para Veículos Leves).

A otimização adicional da mecânica do motor é parte da abordagem adotada pela MAHLE. Aqui, o foco do grupo é a redução de perdas devidas ao atrito. Esta abordagem também encaminha condições reais de condução, a despeito de ciclos e padrões. Para isso, a MAHLE está desenvolvendo componentes para motores extremamente resilientes e também otimizados quanto ao peso, que são coordenados de forma otimizada no sistema do motor e asseguram máxima eficiência. Por exemplo, a mais recente geração de pistões leves da MAHLE funcionando em conjunto com pacotes de anéis de pistão otimizados quanto ao atrito leva uma redução de mais de 2% nas emissões de CO2. Ao mesmo tempo, os componentes MAHLE para motores facilitam o uso de óleos de baixa viscosidade, o que reduz ainda mais a resistência por atrito e a necessidade de óleo lubrificante. Isto envolve um alívio significativo no ônus imposto ao sistema do óleo, o que se reflete em melhorias no consumo. Contudo, combinando óleos de baixa viscosidade com soluções MAHLE para a redução do atrito nos componentes do motor e um circuito do óleo otimizado, é possível reduzir as emissões de CO2 em motores a gasolina em até 5%.

Outras medidas adotadas pela MAHLE para o desenvolvimento contínuo do trem de força do motor de combustão incluem, por exemplo, inovações no trajeto do ar, que podem reduzir as emissões de CO2 em até 3%, além do gerenciamento térmico inteligente, que pode gerar economias adicionais de cerca de 2% - em cada caso relativamente ao motor a gasolina.

Combustíveis alternativos tornam possíveis motores de combustão neutros em CO2

A MAHLE também está comprometida com o desenvolvimento e uso de combustíveis alternativos, que já oferecem, no curto prazo, potencial considerável para a redução de CO2. Em 2016, a companhia desenvolveu um motor a GNC e o instalou em um veículo de demonstração. Este motor GNC monovalente demostrou um potencial de redução de mais de 25% de CO2 (WLTC) em comparação com um motor a gasolina com a mesma potência. Consequentemente, já há meios de reduzir o CO2 que estão prontos para a produção em série e podem ser usado imediatamente na população de veículos. “O governo alemão também vê a vantagem do gás natural e, assim, em fevereiro, estendeu concessões fiscais para até 2026”, declarou Scheider durante a conferência de imprensa.

Outras melhorias podem ser conseguidas se combustíveis alternativos forem adicionados a combustíveis convencionais. Um upgrade nacional de E10 para E20 é concebível. A produção sintética usando eletricidade obtida em fontes renováveis poderia reduzir até 10% das emissões de CO2 dos motores a gasolina. Tecnicamente, já é possível projetar um motor adequado atualmente. No longo prazo, os combustíveis sintéticos facilitarão a mobilidade individual neutra em CO2 também com o motor de combustão, na medida em que eles detêm tanto CO2 durante a produção quanto, mais tarde, o emitem durante a combustão. A MAHLE está, assim, advogando, no setor nas políticas, a promoção eficaz dos combustíveis alternativos, ou seja, combustíveis produzidos sinteticamente, etanol e GNC. Os combustíveis alternativos são o caminho mais rápido para a redução de CO2 no setor de transportes.

A MAHLE é uma impulsionadora de inovação na mobilidade elétrica

No longo prazo, a mobilidade elétrica é a chave para o transporte individual neutro em CO2. Neste campo, a MAHLE é – novamente – um dos impulsionadores da inovação. Mas antes que a mobilidade elétrica possa se tornar um produto de massa, diversas questões ainda têm de ser encaminhadas. Elas incluem medidas e soluções de infraestrutura – particularmente a disponibilidade de estações de carga rápida. A geração da energia elétrica também é um aspecto central da pegada de carbono dos veículos elétricos. Somente quando a eletricidade puder ser largamente gerada de forma neutra em CO2 é que a mobilidade elétrica fará uma contribuição sustentável na direção das metas do clima, além de conseguir, localmente, emissões zero.

Na MAHLE, dois temas essenciais estão concentrados na melhoria do veículo elétrico a fim de torna-lo competitivo no médio prazo e atraente para o consumidor final.

  • Por um lado, há a questão do gerenciamento térmico. Isso inclui tanto o ar condicionado da cabine, que influencia diretamente a autonomia, quanto o controle da temperatura de componentes sensíveis como as baterias, o motor de propulsão e a eletrônica de potência.
  • Por outro lado, há a questão do trem de força elétrico e dos componentes elétricos auxiliares.

Gerenciamento térmico como habilitador para a mobilidade elétrica

Quando se trata de veículos elétricos, a otimização de correntes quentes e frias é a base para a potência, autonomia e vida útil. O gerenciamento térmico inteligente e integrado, portanto, é um pré-requisito para o estabelecimento da mobilidade elétrica. A MAHLE já desenvolveu inúmeras inovações para a imersão térmica de bateria em veículos elétricos e híbridos, que já foram colocadas na produção em série. Em 2016, a MAHLE recebeu pedidos para suas soluções de clientes de todo o mundo. Os requisitos impostos ao gerenciamento térmico de baterias continuarão a aumentar significativamente em termos de baterias mais potentes ou funções de carga rápida. Além disso, o motor de propulsão e a eletrônica de potência em veículos elétricos também terão de ser resfriados e integrados em um sistema holístico de gerenciamento térmico. Esta é ainda outra área na qual o conhecimento da MAHLE tem sucesso.

Soluções MAHLE para propulsão elétrica têm demanda global

No campo do trem de força elétrico e de componentes elétricos auxiliares, a MAHLE desenvolve sistemas de propulsão altamente eficientes, eletrônica de potência e componentes elétricos auxiliares. Soluções para cada tipo de veículo: de maquinário e motonetas elétricas a veículos comerciais e de passeio. Nesta área, o grupo conquistou uma série de pedidos em 2016. A partir do início de 2017 a MAHLE fornecerá novos sistemas de arrefecimento, compressores elétricos e propulsores elétricos para diversos fabricantes de veículos elétricos propelidos por baterias, incluindo alguns fabricantes de veículos completamente novos. Em 2018, unidades de propulsão da MAHLE completas para bicicletas elétricas entrarão em produção em série. A companhia conquistou novos clientes nesta área também nos últimos 12 meses. A MAHLE, assim, cobre todo o espectro da mobilidade elétrica.

MAHLE expande para a mobilidade elétrica a sua competência holística em sistemas

“Estrategicamente, demos um grande passo na direção de atingir nosso objetivo de ter em nossa companhia competência holística em sistemas para eletrificação e mobilidade elétrica”, disse Scheider, resumindo as atividades do ano relacionada à estratégia tecnológica do grupo. Com a aquisição da Nagares, em 2017, o grupo está ganhando acesso a novas habilidades em eletrônica de potência e unidades de controle, por exemplo. A companhia é representada no mercado com conversores tensão, componentes for eletrônica de carga, sistemas de gerenciamento de baterias e sistemas de controle para soluções de gerenciamento térmico, entre outros produtos. A Nagares também tem uma grande experiência no desenvolvimento de veículos elétricos e opera um competente centro de desenvolvimento em Valência. A MAHLE pretende expandir esta localidade na medida em que há um grande número de engenheiros qualificados na região. A Nagares mantém excelentes relacionamentos com as duas universidades locais e estabeleceu uma disciplina conjunta e diversos projetos de cooperação para pesquisa e engenharia avançada com a universidade em Valência (Universidade Politécnica de Valência).